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A HONROSA MISSÃO DE ENSINAR: UM PARALELO ENTRE O PROFESSOR E O MESTRE MAÇOM

Por Vanderlei Coelho



A HONROSA MISSÃO DE ENSINAR: UM PARALELO ENTRE O PROFESSOR E O MESTRE MAÇOM

 

A HONROSA MISSÃO DE ENSINAR: UM PARALELO ENTRE O PROFESSOR E O MESTRE MAÇOM
Imagem ilustrativa gerada por IA

Introdução

No Brasil, em 15 de outubro, celebramos o Dia do Professor. Uma data que homenageia aqueles que, muito mais do que exercer uma profissão, assumem um verdadeiro sacerdócio: a honrosa missão de transmitir conhecimento e transformar vidas.

 

Desde os primórdios da humanidade, a transmissão do saber foi uma necessidade vital para a sobrevivência, o progresso e a preservação cultural dos povos.

 

Nas paredes das cavernas surgiram os primeiros desenhos rupestres, representações visuais que narravam cenas de caça, rituais e símbolos. Esses registros primitivos foram o embrião da comunicação e da transmissão do conhecimento.

 

Antes mesmo da escrita, o saber era transmitido oralmente, por meio de lendas e histórias contadas à beira de fogueiras, mitos eram passados de geração em geração pelos mais antigos que carregavam, na memória, a experiência acumulada das eras. Esses ensinamentos moldaram as primeiras civilizações.

 

A invenção da escrita, por volta de 3.200 a.C., na Mesopotâmia, marcou uma das maiores revoluções cognitivas da história. Não por acaso, alguns historiadores dividem a história em dois períodos: antes e depois da escrita.

 

Com o advento da escrita, o conhecimento pôde ser registrado, preservado e acessado. Surgiram os primeiros documentos, inscrições e manuscritos, que gradualmente evoluíram para bibliotecas, entre as quais a lendária Biblioteca de Alexandria

 

Uma escola filosófica

A Maçonaria pode ser considerada uma escola filosófica de moral e aperfeiçoamento humano. No cerne dessa honrosa missão de ensinar, encontramos um belo paralelo entre o Professor e o Mestre Maçom.

 

Segundo a filosofia de São Beda[1], é preciso “ensinar o que se sabe, praticar o que se ensina e perguntar o que se ignora”. Assim, o verdadeiro papel do maçom é aprender e ensinar, um ciclo virtuoso de sabedoria que reflete também a essência da docência.

 

Os graus simbólicos

Por analogia, os Graus Simbólicos da Maçonaria representam as fases da vida humana:

  • O Aprendiz Maçom, comparado à criança;

  • O Companheiro Maçom, ao jovem;

  • E o Mestre Maçom, ao adulto.

 

O Aprendiz Maçom, no início de sua jornada na Maçonaria, é chamado de neófito, a nova planta. Ele passa por uma “morte simbólica”, se desvencilhando do homem profano para nascer o homem maçom. É o que chamamos de desbastar a pedra bruta. Sua missão inicial é clara: aprender.

 

Com o tempo, essa “nova planta” floresce na figura do Companheiro Maçom, cuja tarefa é buscar o autoconhecimento. Ao chegar ao Grau de Mestre Maçom, é como a árvore frondosa, e seus frutos, simbolizados pelo conhecimento, devem ser repartidos com os Irmãos que virão, constituindo-se um ciclo virtuoso de aprender e ensinar.

 

Professor e mentor

O maçom deve passar por uma série de aprendizados para, então, poder ensinar. O Mestre Maçom assume o importante papel de professor e mentor. Ao atingir a plenitude dos direitos maçônicos, ele é lembrado de seus deveres morais e de sua principal missão: espalhar a luz, que é o conhecimento, e reunir o que está disperso.

 

O jardineiro

Por analogia, a ligação entre o Mestre Maçom e o Professor pode ser ilustrada na figura do jardineiro.

 

Para crescer, uma nova planta precisa de cuidados constantes. Se o neófito é a semente recém-plantada no jardim da Maçonaria, o Mestre é o jardineiro que, com sabedoria e paciência, não apressa o crescimento, mas garante que ele aconteça com constância e firmeza, respeitando o tempo necessário para que suas raízes se tornem profundas, permitindo um crescimento sólido e duradouro.

 

Os Mestres Maçons preparam o solo (a Loja), plantam, indicando novos candidatos, regam ao comparecer às Sessões, acompanham seus afilhados, fornecem luz (que é o conhecimento) e nutrientes (como paciência e a vontade de ensinar), além de todos os cuidados necessários para que os neófitos cresçam e se desenvolvam.

 

Conclusão

Falamos sobre o simbolismo do neófito na Maçonaria e a poderosa alegoria de transformação, renascimento e crescimento interior. Representado como uma nova planta, o neófito é o maçom recém-iniciado, que, ao passar pela “morte simbólica” do profano e o nascimento do maçom, inicia uma jornada em busca da luz do conhecimento.

 

Discorremos sobre a honrosa missão de ensinar, trançando um paralelo entre o Professor e o Mestre Maçom, tendo a Maçonaria como uma escola filosófica de moral e aperfeiçoamento humano.

 

Ressaltamos que o maçom deve passar por uma série de aprendizados para, então, poder ensinar. E que o Mestre Maçom assume o importante papel de professor e mentor.

 

Tanto o Professor quanto o Mestre Maçom são Construtores Sociais, guardiões e semeadores do conhecimento, responsáveis por garantir a continuidade do ciclo virtuoso do aprendizado, onde aquele que aprende deve ensinar.

 

O conhecimento abre portas, o professor abre as portas do conhecimento.

Parabéns! Nosso carinho, respeito e gratidão a todos os professores que se dedicam com maestria à honrosa missão de iluminar mentes, transmitir conhecimento e transformar vidas.

 

Fontes pesquisadas:

COELHO, Vanderlei. A Importância da Leitura na Formação do Maçom. Disponível em: https://www.maconariacomexcelencia.com/post/a-importancia-da-leitura-na-formacao-do-macom. Acesso em: 15 de out. de 2025.

 

COELHO, Vanderlei. O Simbolismo do Neófito na Maçonaria. Disponível em: https://www.maconariacomexcelencia.com/post/o-simbolismo-do-neofito-na-maconaria. Acesso em: 15 de out. de 2025.

 

MAÇONARIA COM EXCELÊNCIA. O Que os Mestres Maçons Fazem na Câmara do Meio? YouTube, 9 de jun. de 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vTyPGTxitYY. Acesso em: 15 de out. de 2025.


Nota de rodapé

[1] São Beda, conhecido como “Venerável Beda”, nasceu em Monkton, Jarrow, Inglaterra, no ano de 672 da era cristã. Foi monge, teólogo e historiador inglês, canonizado em 1899.

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