O QUE É SER LIVRE?
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Por Izautonio da Silva Machado Junior
O QUE É SER LIVRE?
Muitas potências maçônicas no mundo usam as expressões Maçons Livres e Aceitos (MM.LL.AA) e Maçons Antigos, Livres e Aceitos (MM.AA.LL.AA). Mas de onde surgiu isso?
Sabemos que a Ordem preconiza que, para um homem ser admitido em seus quadros, é necessário que seja livre e de bons costumes.
No Landmark nº 18 de Mackey, consta que os candidatos à iniciação devem ser livres de nascimento, e que um escravo não pode ingressar na Fraternidade. Isso faz sentido nos dias de hoje?
É preciso compreender que essa regra provém da antiga Maçonaria Operativa. Na Idade Média alguém podia ser servo ou escravo. Assim sendo, as Corporações de Ofício da época somente admitiam em seus quadros obreiros que tivessem nascido livres.
Com o fim período feudal e dos regimes de servidão e escravidão, a sociedade passou a exigir do Estado as garantias de liberdade, considerada um direito fundamental e natural, inerente a todos os seres humanos. A liberdade é o segundo direito mais importante que existe, atrás apenas do direito à vida.
A Maçonaria, acompanhando o processo de transformações sociais, quando deixou de ser Operativa e se transformou em Especulativa, substituiu a regra de “nascido livre”, pela de “homem livre”.
Destarte, no mundo de hoje, a Ordem exige que os candidatos sejam livres em aspectos que não mais se relacionam com a liberdade física, mas à liberdade em sentido intelectual. É uma organização para livres-pensadores.
Filosoficamente falando, a liberdade implica ausência de submissão, ou seja, o sujeito livre possui autonomia de vontade, pode fazer escolhas de forma espontânea e de acordo com a sua própria consciência.
Se o sujeito possui amarras intelectuais ou psicológicas que o oprimem e o impedem de agir conforme sua própria vontade, esse alguém não é livre de verdade, por mais que possa ter o direito de ir e vir. Tais amarras podem ser as mais variadas, como, por exemplo, aquelas ligadas ao fanatismo religioso, político-ideológico e ao condicionamento cultural.
Da liberdade de consciência surge o conceito de livre-arbítrio, em que o sujeito pensa com base em seu nível de ética e moralidade.
Voltando à Maçonaria, se espera que os maçons sejam livres, possuam liberdade de pensamento. Isso é necessário também para que o maçom possa encontrar em si mesmo um espaço para refletir acerca das instruções transmitidas pela Ordem.
Ora, se o sujeito não possui opinião própria, certamente vai emprestar de alguém. O que se espera de um maçom é que tenha suas próprias ideias e as exponha quando necessário, no pleno exercício de seu direito de expressão. O direito de expressão, não obstante, deve sempre ser delimitado por parâmetros éticos.
O maçom livre não se permite ser manipulado por quem quer seja. Ele jamais se submete a servir de massa de manobra para interesses alheios. Ele possui senso crítico, se questiona, analisa e raciocina.
Já no grau de Aprendiz o maçom é submetido a participar de votações e decisões da Loja, devendo ser capaz de agir livremente de acordo com os ditames de sua consciência.
“Quem pensa segundo a opinião dos outros, está muito longe de ser um homem livre.”
É inegável que alguns homens, por possuírem bom senso, influenciam outros com suas opiniões e ideias. Essa influência é positiva quando conquistada por mérito, de forma espontânea, nunca imposta ou exigida. Além disso, só é positiva quando induz os Irmãos no sentido da verdade, do progresso, da fraternidade, do amor e da justiça, nunca para o desânimo ou a discórdia.
É importante salientar que o fato de alguém ser maçom acarreta, aos olhos de muitos, uma certa credibilidade social. Sejamos, portanto, responsáveis com as nossas ideias e opiniões, de modo que elas possam de fato ser um bom espelho e representar adequadamente a imagem da maçonaria diante da sociedade.
Izautonio da Silva Machado Junior
ARLS Obreiros de Ferro nº 02
Grande Oriente de Rondônia (GOR/COMAB)
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