A CONSTELAÇÃO DE ÁRIES, O LUGAR DO NOVO INICIADO, A TORRE DOS VENTOS E O CALENDÁRIO GREGORIANO

Por Jorge Gonçalves

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A CONSTELAÇÃO DE ÁRIES, O LUGAR DO NOVO INICIADO, A TORRE DOS VENTOS E O CALENDÁRIO GREGORIANO

A conexão entre a Torre dos Ventos, o Calendário Gregoriano e a maçonaria revela a interseção entre astronomia, história e simbolismo.

A Torre dos Ventos, construída no Vaticano entre 1578 e 1580, é uma maravilha arquitetônica que ilustra a busca humana por entender os complexos movimentos dos corpos celestes. Com 73 metros de altura, sendo a segunda torre mais alta no Vaticano, essa construção se tornou um observatório essencial para validar e aprimorar o Calendário Gregoriano, que usamos até hoje. Projetada pelo astrônomo e matemático Ignazio Danti, a Torre dos Ventos, que não é aberta à visitação, apresenta um engenhoso óculo que permitia a entrada da luz solar, marcando eventos celestes fundamentais como os equinócios e solstícios. Danti fez um pequeno orifício de aproximadamente 4 cm de diâmetro em uma figura celestial pintada nos afrescos da torre, permitindo que a luz do sol entrasse e marcasse o movimento anual do Sol.

Sugiro uma palestra, vídeo abaixo:

A discrepância observada em março de 1581, quando o equinócio real ocorreu em 11 de março enquanto o calendário eclesiástico indicava 21 de março, demonstrou a necessidade urgente de reformar o Calendário Juliano. A Reforma Gregoriana, implementada em 1582, corrigiu essa defasagem ao remover 10 dias do calendário, conhecidos como os dez dias que nunca existiram, restabelecendo a precisão temporal e enfatizando a importância do equinócio de primavera.

O equinócio de primavera sempre teve um significado profundo, marcando o renascimento da natureza e coincidindo historicamente com a constelação de Áries (é importante estudar a precessão dos equinócios). Esse alinhamento se tornou um símbolo poderoso de novos começos, influenciando culturas antigas e a simbologia maçônica. No Rito Escocês Antigo e Aceito, o equinócio de primavera e a constelação de Áries ocupam um lugar central no processo de iniciação, simbolizando o local exato do novo iniciado.

A ideia de escrever este texto foi para parabenizar o Grande Oriente do Brasil (meu inestimável mestre Pedro Juk) pela reforma de seus rituais, tal qual a reforma dos calendários, que finalmente corrigem um elemento crucial na iniciação maçônica e em seu simbolismo. A conexão entre a Torre dos Ventos, o Calendário Gregoriano e a maçonaria revela a interseção entre astronomia, história e simbolismo. A observação dos fenômenos celestes não só influenciou a medição do tempo, mas também a busca humana por significado. O equinócio de primavera e a constelação de Áries continuam a servir como poderosos símbolos de renovação na natureza e na jornada do iniciado maçônico.