OS SALTOS QUÂNTICOS: EVOLUÇÃO DA HISTÓRIA DO HOMEM

Michael Winetzki

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Quer saber mais? Leia MAÇONARIA: DE ISAAC NEWTON À INTERNET. Escrito por Michael Winetzki, o livro oferece um vislumbre abrangente da história da civilização, desde os tempos pré-históricos até a fundação da maçonaria na Inglaterra do século XVIII, e sobre como essa ordem influenciou a sociedade.

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OS SALTOS QUÂNTICOS: EVOLUÇÃO DA HISTÓRIA DO HOMEM

Cada vez mais frequente é a utilização da expressão “quântica” em uma vasta gama de aplicações, inclusive em algumas bastante estranhas, como o colchão quântico e a terapia quântica. A palavra “quantum”, de origem latina, significa uma quantidade que pode ser contada por números inteiros, como, por exemplo, a quantidade de balas retiradas de um pote, ao contrário de quantidades contínuas, como a quantidade de água em um copo.

No ano de 1900, o físico alemão Max Planck[1], agraciado com o Prêmio Nobel, fez uma descoberta surpreendente: a energia carregada por um átomo não muda de forma gradual, como o gotejar da água em um copo, mas sim em saltos descontínuos, como quando retiramos uma quantidade aleatória de balas de um pote. Esses saltos de energia foram batizados de “quanta”, termo que deriva do plural latino “quantum”, e a ciência que nasceu dessa descoberta recebeu o nome de “física quântica”.

Max Karl Ernst Ludwig Planck, um dos fundadores da mecânica quântica.

Assim como na física quântica, a evolução da história do homem também ocorreu em saltos descontínuos, merecendo ser chamada de evolução “quântica”. A evolução da espécie humana na Terra remonta a cerca de 2.500.000 anos atrás, durante a Era Paleolítica, conhecida como a Idade da Pedra Antiga, desde o Australopithecus até o Homo Sapiens. De acordo com estudos sociológicos e antropológicos, o Homo Sapiens[2] surgiu na época Paleolítica[3] há cerca de 300.000 anos, e foi então que ocorreu o primeiro salto “quântico” na evolução[4] humana: a descoberta do fogo e sua utilização para cozinhar alimentos e fortalecer a defesa. Há aproximadamente doze a dez mil anos, inicia-se a era conhecida como Neolítica[5], ou Era da Pedra Polida, e é então que ocorre o segundo salto “quântico” na evolução humana: a invenção do arado, que proporcionou a revolução agrícola e permitiu a sedentarização do caçador-coletor, a divisão intelectual e sexual do trabalho, a descoberta da utilidade da roda e a invenção da cerâmica e da fiação e tecelagem.

A Pedra de Roseta foi crucial para a compreensão moderna dos hieróglifos egípcios

Ergue-se diante de nós um momento histórico marcado pelo surgimento da escrita[6] cuneiforme, que se deu há cerca de 3.000 anos antes da Era Vulgar. Este acontecimento, ocorrido quase simultaneamente na Mesopotâmia Assíria, Egito e China, marcou um novo capítulo na evolução da humanidade, permitindo a preservação de registros históricos e a transmissão do conhecimento de uma geração para outra. Com a escrita, deixamos para trás a pré-história e adentramos a história, marcando uma época de desenvolvimento científico e cultural especialmente no Egito, e que floresceu mais tarde na Grécia, gerando avanços em áreas como filosofia, lógica, arquitetura, matemática, arte e a ciência da construção.

Em um seminário que assisti na Universidade Hebraica de Jerusalém, o palestrante afirmou que a grande invenção tecnológica da era paleolítica foi a agulha, um pedaço de osso pontudo com um furinho, que permitiu aos neandertais costurar a pele de um animal sobre o corpo, protegendo com eficiência da insolação e do frio e libertando uma das mãos para facilitar a caça ou a defesa. (nota do Autor)

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Notas de rodapé

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[1] Max Karl Ernst Ludwig Planck (1858 – 1947): Foi um físico alemão. É considerado o pai da física quântica e um dos físicos mais importantes do século XX. Planck foi laureado com o Nobel de Física de 1918, por suas contribuições na área da física quântica.

[2] Homo sapiens sapiens: Homo sapiens (homem sábio) é o nome dado à espécie dos seres humanos, de acordo com a classificação taxonômica. Estima-se que tenham aparecido entre 30 mil e 100 mil anos atrás. Sua principal característica é a sua capacidade de pensar e de raciocinar.

[3] Paleolítico: (pedra antiga) denomina o período mais antigo da Pré-História, chamado de idade da pedra lascada, pedaços de rocha quebrados grosseiramente, usados como armas e como ferramentas. Esse período abarca aproximadamente de 2.700.000 anos até 12.000 anos a.C.

[4] O naturalista britânico, Charles Darwin, propôs a teoria da evolução biológica por seleção natural. Darwin definiu evolução como “descender com modificações”, a ideia de que as espécies mudam ao longo do tempo, dando origem a novas espécies e compartilham um ancestral comum.

[5] Neolítico: É uma divisão cronológica da chamada pré-história da humanidade, compreendida entre 12.000 a.C. e 3.000 a.C. também chamada de Idade da Pedra Polida. Neolítico significa “pedra nova”.

[6] Roland Barthes, um renomado semiólogo e crítico literário francês, em seu livro “O Rumor da Língua” (2005), argumenta que a escrita foi uma revolução na linguagem e no psiquismo humano. A escrita permitiu aos seres humanos registrar informações e conhecimentos de forma duradoura e transmiti-los para as gerações futuras. A escrita tornou-se uma “segunda memória” para o ser humano, além da memória biológica localizada no cérebro. A distinção entre a pré-história e a história, em grande parte, é baseada na existência ou ausência da escrita. Na pré-história, a informação era transmitida oralmente, enquanto na história, a escrita tornou-se a principal forma de registro e transmissão de conhecimento.