A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A LITERATURA COMO INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO MAÇOM CONTEMPORÂNEO – V
- há 5 dias
- 26 min de leitura
Lucas V. Dutra[1]
Ivan A. Pinheiro[2]
Este artigo é uma continuação. Leia também a primeira, segunda, terceira e a quarta parte.
A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A LITERATURA COMO INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO MAÇOM CONTEMPORÂNEO – V
INTRODUÇÃO
A Inteligência Artificial (IA), ao lado das chamadas Questões Ambientais, provavelmente, é um dos temas que mais têm merecido a atenção — de estudiosos em geral, de cientistas em particular, de tomadores de decisões corporativas, de formuladores de políticas públicas, dos think tanks e tantos outros —, já integra as principais agendas da sociedade, está nas rodas de conversas entre amigos e até mesmo no seio familiar. Até mesmo a Sua Santidade, o Papa Francisco, sobre ela emitiu a Nota “Antiqua et nova” (2025) para a orientação do Dicastério para a Doutrina da Fé e do Dicastério para a Cultura e a Educação.
Assim, de um modo ou de outro e em algum momento, não haveria como a Maçonaria[3] deixar de atentar para o que se passa no seu entorno. E curiosamente, talvez para surpresa de muitos, os 2 (dois) temas estão mais interligados do que à primeira vista possa parecer: devido à quantidade (colossal) de energia, mais do que necessária, indispensável à manutenção e ao processamento das “fazendas de dados” (big data centers) a partir das quais as IAs operam, as condições e o ritmo do desenvolvimento e da expansão destas, em alguma medida, devem ser submetidas às diretrizes e às estratégias delineadas (ou em estudo) para o equacionamento das Questões Ambientais. Não é por acaso que as Big Techs (proprietárias das IAs mais difundidas e comercializadas), pressionadas nos países-sedes onde estão localizadas a suas matrizes, têm buscado instalar as suas “fazendas” nos países aonde e ainda pelas incipientes e frágeis iniciativas cidadãs (talvez por desconhecimento) e/ou pela omissão dos representantes-legisladores, a regulamentação é inexistente ou facilmente alterável à luz dos interesses mais imediatos ainda que a custo de eventuais e futuros sacrifícios.
Em outros termos, atualmente, tudo o que envolve as IAs deve ser tratado no âmbito das preocupações reunidas e habitualmente expressas pela sigla ESG – Environmental, Social and Governance. Portanto, pela abrangência e pelos impactos que exerce sobre a humanidade em geral, a questão das IAs deixou de ser uma reflexão restrita aos limites tecnológicos ou geográficos. E para que não restem dúvidas quanto à amplitude, à relevância e à oportunidade do tema, já é praticamente um consenso de que a IA é uma tecnologia disruptiva, o que significa dizer tendente a alterar os paradigmas vigentes, mudar radicalmente os modos de pensar, agir, produzir e viver — a cultura em geral — de tal modo que hoje e com algum grau de certeza são impossíveis de serem previstos os modos e os impactos. E embora muitos vislumbrem nesse cenário uma nova janela de oportunidades para pular etapas no sentido ao desenvolvimento — dos indivíduos, grupos, regiões e países —, há também os que inferem que o mais provável (frente à absoluta inércia de determinados agentes) é que este aproveitamento se dê, sobretudo, por aqueles que hoje já ocupam as melhores posições — “estão no topo da cadeia alimentar”. A se confirmar essa última previsão, as IAs terão então servido para acentuar ainda mais as desigualdades — entre os indivíduos, grupos, regiões e países — e aumentar os riscos dos seus desdobramentos já conhecidos e historicamente reiterados: inquietude social, violência, conflitos generalizados, subdesenvolvimento, mudanças abruptas nos Poderes do Estado, ampliação dos movimentos migratórios etc.; em síntese, para a promoção de um efetivo retrocesso civilizacional. Sobre a natureza e o impacto das tecnologias nas sociedades, a partir das escolhas deliberadas, entre tantos, vide, por exemplo, Acemoglu e Johnson (2024). A opção por uma ou outra trajetória depende, em última análise, dos princípios, dos valores, dos saberes, das atitudes, das decisões e das iniciativas de cada um, a começar pelo despertar da curiosidade, pela busca de informações e pela reflexão crítica, nada que, desde já, não possa ser feito. No Brasil, Miguel Nicolelis e Dora Kaufman[4], entre outros acadêmicos igualmente renomados, têm sido vozes esclarecedoras sobre os riscos, mas também sobre as extraordinárias oportunidades trazidas pelas IAs.
Dessarte, mesmo tendo claro a amplitude e a complexidade estabelecidas pelo imbricamento das inúmeras variáveis que circunscrevem e estruturam o tema, os autores se propuseram a refletir sobre a IA, não apenas a partir de uma perspectiva demasiada genérica, de um nível macro “quase teórico”, mas também a partir do microcosmo da Maçonaria para, então, estabelecer o diálogo entre ambos os níveis. E para tal formularam um exercício demasiado simples, dá mesmo para dizer que mais simples não há: a partir de um mesmo prompt (comando, instrução) e de algumas restrições, que cada uma das 3 (três) IAs escolhidas elaborassem um ensaio que demonstrasse a utilidade da literatura — representada pela obra “A Morte de Ivan Ilitch”, de Leon Tolstoi) — para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do maçom. O resultado pode ser visto em Dutra e Pinheiro (2025a, b, c, d): cada texto apresentou um ensaio seguido dos respectivos comentários e, conforme o exercício evoluía, foram incorporadas comparações com os ensaios anteriores.
O objetivo mais amplo da linha de estudos dos autores, reiterado em vários trabalhos (Pinheiro e Dutra, 2025; Pinheiro, Dutra e Filardo, 2025), tem sido, com os olhos voltados para o futuro, provocar reflexões essencialmente pragmáticas. Neste texto, especificamente, foram reunidas reflexões complementares referentes à temática das IAs e promovida uma apreciação geral, mas não exaustiva, acerca do que foi visto e comentado, inclusive, muito importante, a crítica da crítica. Conclui com sugestões e propostas de trabalho.
Na sequência, as considerações foram desdobradas em 2 (duas) partes: na primeira, com o foco ainda direcionado ao exercício (os ensaios seguidos das análises preliminares), os objetivos foram: extrair lições complementares, salientar aspectos que não haviam sido devidamente ressaltados e chamar a atenção para outros ainda inexplorados. Todavia, o resultado que mais merece ser sublinhado é a revelação do potencial de aprendizagem (sobre as IAs) contido, mas a ser desvelado, em um exercício extremamente simples. Restam a pergunta e a provocação: o que mais poderia ser descoberto se o exercício ganhasse algum grau de sofisticação? Finalmente, dada a amplitude da matéria vis-à-vis a simplicidade do exercício realizado, a segunda parte ampliou o foco para, a partir de estudos recentes, tecer considerações sobre o impacto geral da nova geração de IA, as Generativas.
Preliminarmente, um esclarecimento sobre o que a alguns causa incômodo: o tratamento conferido às IAs. Sabe-se que as IAs não pensam, não falam, não perguntam e não respondem, pois não passam de uma geração de máquinas programadas para interagirem: ora entre si, ora com os operadores humanos, e quando com estes, mediante comandos conversacionais, emulando, assim, o que ocorre(ria) entre os humanos, e isto, em parte e sem dúvida, responde pelo sucesso (viral) desta nova geração em todos os ambientes. Dessarte, já é habitual referir-se a essa interação (homem-máquina) como se entre humanos que pensam, falam, perguntam e respondem; razão pela qual essa prática foi mantida neste texto. Todavia, torna-se oportuno o primeiro alerta: “[...] a tendência humana de antropomorfizar (atribuir características humanas) à tecnologia faz com que a IA pareça executar mais do que é capaz de realizar” (Mueller e Massaron, 2020, p. 7). Alternativamente, para ser mais fiel à realidade, seria necessário destacar as expressões: “pensam”, “falam” e, assim, sucessivamente, o que comprometeria a estética textual e confundiria o leitor por ser marca já dedicada às citações de terceiros.
I PARTE
Considerando que as versões (das IAs) utilizadas foram as mais simples disponibilizadas gratuitamente pelas corporações proprietárias, toda crítica deve, então, ser vista como circunstancial, datada. Ademais, nenhum dos autores é especialista em IA; são, antes, Aprendizes diletantes que fazem do ensaio e erro um dos seus principais instrumentos de aprendizagem; assim, também por isso o peso das críticas deve ser relativizado. Não obstante, apesar dessas limitações e da simplicidade do exercício, a iniciativa foi considerada triplamente exitosa porque: 1) proporcionou conhecimentos até então ignorados sobre o tema geral (IA, Literatura & Maçonaria); 2) possibilitou, através de situações experienciadas, comprovar (em parte) o que os comentaristas têm afirmado sobre as IAs; bem como 3) suscitou dúvidas que só agora (devido à aprendizagem anterior) poderão ser submetidas a novos estudos, sucessivos testes (what if ?), análises mais aprimoradas e complementares. E como o foco por ora são as IAs, seguem alguns exemplos e reflexões específicas:
● as IAs não são inteligentes em um dos sentidos habitualmente atribuídos às pessoas, a de ser uma referência, um esclarecedor de dúvidas[5], uma “autoridade”. Afinal, se à mesma pergunta cada IA apresenta uma resposta diferente, qual delas efetivamente esclarece? Frente a essa realidade, qual o sentido da expressão “esclarecimento definitivo”?
● e quando à frente de várias IAs supostas com a mesma “expertise”, em qual delas “confiar”? A propósito, cabe mesmo o uso da expressão “confiar”? Indispensável lembrar que a confiança é uma das principais condições (exigência) para a vida em sociedade. Há indícios, pois, que no atual estado da arte a cautela, o cruzamento de dados e a verificação das informações continuam como procedimentos recomendáveis, indispensáveis até;
● e o que pensar, então, de quem só opera, que só busca informações, orientações e soluções a partir de apenas uma IA? Fica mais fácil entender o porquê, mais recentemente, de elas virem ofertadas na forma de combos, bem como da existência de IA para escolher a melhor IA à luz de cada necessidade específica;
● as IAs não apresentam o mesmo nível de eficiência, o que sugere não apenas esforços diferenciados para atingir o objetivo — comum a todas —, mas também bases de estudos e algoritmos qualitativamente distintos. E também por isto se levanta a questão: como escolher a melhor IA para determinada aplicação?
● os textos (ensaios) gerados, do ponto de vista da correção ortográfica-gramatical e da sintaxe, estão (os 3 (três) analisados) longe de poderem ser considerados prontos e acabados para serem entregues, por exemplo, a um cliente ou submetido à avaliação;
● chama a atenção a similitude estilística entre os textos, o que não só desagrada ao senso estético, como pode ser um problema, uma efetiva desvantagem quando, por exemplo, frente a um processo competitivo no qual a elegância e a criatividade são fatores críticos para o sucesso; e, por fim,
● as IAs, contrárias ao senso (a rigor nem tanto), mas à semelhança com os humanos também elaboram justificativas (igualmente distintas) para as suas atitudes.
Observações: em primeiro lugar, se IA é gênero, foi possível verificar semelhanças que identificam as mesmas espécies (no caso, IAs dedicadas à produção textual), mas, entre estas, grandes diferenças. Essas, por sua vez, suscitam questões que vão ao encontro das opiniões críticas e que, sem prejuízo do reconhecimento ao enorme potencial das IAs, têm contribuído para arrefecer os encantamentos dos impactos dos primeiros momentos. Em segundo lugar, e talvez a melhor expressão do comentário genérico anterior, trata-se da emergência da dúvida e da incerteza quando os resultados das IAs são comparados. Portanto, cautela parece ser a primeira recomendação, como afirma a proverbial sabedoria popular: “devagar com o andor porque o santo é de barro”. O que não contradiz, em absoluto, o reconhecimento do caráter revolucionário da tecnologia, justo o contrário: por serem novas e desconhecidas, as IAs ainda terão que ser submetidas a muitos ensaios e erros e testes. As curvas de aprendizagem, tanto a das IAs quanto a dos usuários, embora cresçam com celeridade, ainda estão nos seus primeiros estágios, o que impede a clareza quanto aos alcances e impactos das suas aplicações, mesmo as já mais desenvolvidas.
Enquanto campo de estudo e desenvolvimento de soluções tecnológicas, considerando os ritmos da pós-modernidade, as IAs já podem ser consideradas antigas (séc. XX); a novidade (desta década) reside no uso ativo pelo grande público, iniciado com a introdução da interface dialógica, de certo modo análogo ao que já sucedera com a internet, a World Wide Web. Portanto, há ainda uma longa estrada a ser percorrida e superados impasses hoje inimagináveis, mas tratando-se de um caminho sem volta, educação (ampla, geral e irrestrita) e treinamento parecem ser as palavras-chave, seguidas, é claro, de aplicações cotidianas. Conforme visto, trata-se de uma realidade que se desenvolve em várias camadas (indivíduos, grupos, etc.); portanto, o esforço deve ser coletivo e, além dos atributos pessoais (persistência, tenacidade, curiosidade, etc.), serão necessários recursos de toda sorte, no mínimo, tempo dedicado.
E, como é sabido, as IAs operam como se fossem assessores, técnicos à espera de uma pergunta ou solicitação; em síntese: um comando, um prompt. A qualidade da resposta (precisão, completude, clareza, efetividade, etc.), por sua vez e em grande medida, depende diretamente da qualidade da pergunta, a exemplo do que já é habitual se afirmar quando nos domínios da ciência, onde os avanços estão submetidos ao velho aforismo: “o mais importante é a pergunta certa", a qual, por sua vez, deve ser talhada pela Navalha de Ockham (McFadden, 2022). Fora disso, incorre-se em outro aforismo: garbage in, garbage out. Isso, de pronto, coloca em pauta uma questão de suma relevância: para que a IA responda a contento e possa mesmo revelar o potencial que encerra, necessita de um interlocutor à altura, capacitado para o uso apropriado do instrumento, de modo a emprega-la de modo inteligente; que, em razão do seu conhecimento, saiba elaborar com proficiência sobre a matéria em lide. Entre humanos, mesmo quando “ambos são inteligentes”, é provável que um seja mais especializado em uma área e o outro, em outra, de modo que sempre há a possibilidade de uma resposta melhor (mais qualificada nos termos admitidos) se a consulta for dirigida ao especialista — é o que também ocorre com as IAs. O caso em tela, apesar de simples, conforme já esclarecido, permite ilustrar os tópicos destacados:
● se a resposta ao primeiro comando submetido às IAs fosse considerada insuficiente, a recomendação é imediata: refine, complemente, especifique etc., ou até mesmo substitua a pergunta (as palavras, a sintaxe, os tempos verbais, a localização espaço-temporal etc. — uma vírgula, sabe-se, pode alterar completamente o sentido de uma oração) e assim, sucessivamente tantas quantas forem as vezes necessárias para obter o entendimento considerado suficiente acerca da questão levantada. O que significa dizer e alertar: é possível que parte das críticas formuladas (nos textos anteriores desta Série) sejam devidas antes às insuficiências de comando e mesmo de conhecimento do interlocutor, bem à semelhança do que eventualmente ocorre entre os humanos — quando então o diálogo não avança, não é eficaz quanto aos resultados esperados;
● e se o comando contivesse instruções para citar e referir a bibliografia consultada de acordo com as Normas? É provável que as IAs, primeiro, buscassem o entendimento acerca do que, no contexto (no Brasil, texto-ensaio redigido em português), é considerado Norma. E é razoável admitir que chegassem ao entendimento de que se trata das Normas emitidas pela ABNT[6], pois vários trabalhos (consultados nas suas respectivas bases de dados) teriam o marcador: “de acordo com as Normas da ABNT”. Todavia, só os mais habituados com o ofício sabem que as Normas pertinentes à matéria foram alteradas em 2023. Assim, a menos que o comando especifique qual das Normas, se as anteriores ou posteriores a 2023, ou determine que seja a mais recente, as IAs poderão não responder a contento e, o solicitante, porque desconhece a matéria, crer que foi devidamente atendido; ademais,
● o mesmo exemplo permite explorar um novo grau de especificação e refinamento do prompt. Quem atua no ofício sabe que existem diversos sistemas normativos utilizados para citar e referir em artigos, relatórios, termos de referência e outros documentos; assim, tem-se: ABNT; Chicago; APA (American Psychological Association); Vancouver; IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) e outros; alguns, por tradição, são adotados em determinada áreas (engenharias, computação, ciências da saúde, psicologia, direito, economia, etc.); outros por deliberação do órgão normativo nacional ou do comitê editorial do veículo utilizado para a publicação e, assim, sucessivamente.
Os comentários acima têm por objetivo chamar a atenção para a relevância da sucessão de prompts. Assim, ao estímulo da primeira resposta, outras camadas de solicitações mais específicas - delimitações e direcionadores — podem (devem) ser formuladas com vistas à obtenção da melhor qualidade de resposta esperada, o que pode ocorrer pela revisão do primeiro prompt ou por acréscimos sucessivamente complementares. Mas também, como visto, para que a efetividade, a eficácia e eficiência sejam combinadas, é indispensável, como vimos, o conhecimento de quem solicita e consegue estabelecer a relação dialógica com a IA, bem como que esta tenha sido suficientemente treinada para atender ao que dela se espera. Assim, mesmo nos limites da sua simplicidade, o exercício revela que o usuário não só precisa ter “algum” domínio sobre a matéria em foco, como, idealmente, deveria conhecer um portfólio de IA para poder escolher aquela que melhor responda à aplicação desejada. Finalmente, o leitor que tomar por base a experiência realizada poderá expandi-la e desenvolvê-la a partir de outros temas e começar, a título de treinamento e aprendizagem, também com os mais simples e da sua maior familiaridade. Finalmente, parece claro que a capacidade de entrega de uma resposta inteligente por parte de qualquer IA depende, sobremodo, da inteligência do interlocutor, e o prompt é a métrica - a medida desta inteligência.
O exercício, sucinto, não permitiu explorar um atributo muito citado na literatura: o de que IA aprende, corrige, se antecipa às necessidades, às expectativas do interlocutor e, por fim, entrega o melhor — as respostas — ainda que eventualmente as perguntas não tenham sido suficientemente claras e objetivas. Para tanto o exercício, com uma das IAs, teria que se estender, o que não foi a opção, mas é sugerido para o leitor. Nesse aspecto ela (a IA) supera os eventuais equívocos e limitações dos interlocutores. Aliás, embora de modo incipiente, esse serviço já há tempos é oferecido pela geração anterior de IA presente nos aparelhos celulares, nos aplicativos, nos buscadores (a exemplo do Google) e também nas plataformas que oferecem serviços de streaming (a exemplo da Netflix).
De outro lado, mesmo simples, o exercício proporcionou uma breve incursão por um dos temas mais caros no universo das IAs: a questão da criatividade, atributo demasiado, senão exclusivamente, humano. E, por oportuno, a exemplo do que já foi comentado sobre a expressão “inteligência”, que ora se esclareça: as IAs não são “criativas” na acepção utilizada para referir-se às iniciativas humanas. O produto final gerado por uma IA, seja texto, áudio, imagem, vídeo ou outro é, em última análise o resultado do processamento (algoritmos em busca de padrões, criação de categorias analíticas, aplicação da lógica, cálculos de probabilidade etc.) — razão pela qual, inclusive, está naturalmente sujeita a erros a partir da sua base de dados, isto é, informações pretéritas — no limite[7], uma IA poderia trabalhar com todo o conhecimento gerado pela humanidade (o seu passado), desde que, é claro, ele estivesse registrado na sua base. Portanto, porque operam a partir do estoque de conhecimentos[8] existentes, as respostas das IAs não podem ser genuinamente nem criativas nem inovadoras; todavia, nada impede que circunstancialmente sejam originais ou, na perspectiva local, consideradas inovadoras.
Dois exemplos que através da analogia ajudam a esclarecer e delimitar esse conceito tão importante no contexto ora em foco:
● curiosa e paradoxalmente, embora a IA seja apontada como uma tecnologia disruptiva, não o é na mesma acepção conferida à Revolução Copernicana (que instituiu o heliocentrismo), à Mecânica Newtoniana, à Teoria da Relatividade ou à Mecânica Quântica, casos em que, frente aos impasses e às contradições (teorias vs dados observacionais), a genialidade criativa dos respectivos “pais fundadores” os levou a desafiar o passado (o establishment) e a ousar pensá-lo pelo avesso — novas visões de mundo, compreensões, crenças, regras etc. Já da resposta de uma IA, pelo menos no atual estado da arte atrelada ao passado e às regras vigentes, não se espera algo semelhante; e,
● mais recentemente, a passagem do 3I Atlas[9] através do Sistema Solar gerou especulações de todo tipo na comunidade mundial[10], inclusive na mente de alguns renomados cientistas. Todavia, aos poucos as evidências observacionais estão configurando a realidade-verdade: o 3I Atlas é um fenômeno nunca antes observado na astronomia mundial. Portanto: 1) porque as suas características são desconhecidas, elas ainda não integram os modelos cosmológicos; e tampouco, 2) embora esteja permanentemente sob o escrutínio dos pesquisadores, ainda não houve tempo para que as conclusões dos estudos fossem publicizadas na forma de artigos técnicos-científicos. Assim, como esses constituem as fontes de estudo e treinamento das IAs, estas não poderiam mesmo ajudar a esclarecer algo genuinamente inovador.
Em síntese, eventuais respostas (ainda que parciais) com características inovadoras informam, antes, a pré-existência das informações pertinentes nos data centers das IAs; portanto, não podem ser reconhecidas nem como novas nem como criativas. No caso do 3I Atlas, nem mesmo as IAs especialistas e de última geração, alimentadas com os dados mais recentemente capturados pelos instrumentos mais modernos, como é o caso do telescópio James Webb, conseguiram prever (e acertar) os comportamentos (rota, velocidade, aceleração, emissões etc.) que mudavam e surpreendiam, a todo instante, os analistas-interlocutores. Motivo: registros novos aplicados a modelos, então, recém-ultrapassados.
Não obstante esse esclarecimento conceitual à guisa de delimitação, é importante ressaltar que as IAs podem ser valiosas auxiliares para desenvolver a criatividade humana e, por extensão, originar produtos reconhecidamente criativos e inovadores. Senão vejamos: ao longo do exercício, ao ser solicitada a informar sobre as Referências Bibliográficas consultadas para elaborar o ensaio, uma das IAs enumerou diversos autores, entre eles V. Frankl, A. Camus e S. Kierkegaard. Casualmente, Frankl e Camus já eram do conhecimento dos autores desta Série, o que os levou a reconhecer que, efetivamente, abordam temas pertinentes à Maçonaria e também encontrados em “A Morte de Ivan Ilitch”. De outro lado, foi uma surpresa saber que S. Kierkegaard trilhava a mesma senda, o que então abriu uma nova oportunidade de estudos e quiçá alguma peça intelectual criativa e inovadora. É nesses termos que a IA, sem ser criativa, pode auxiliar no desenvolvimento da criatividade e da inovação. Devido à sua enorme capacidade de processamento e identificação de padrões, as IAs estão desvelando novos e inusitados campos de estudos e pesquisas em praticamente todos os campos do conhecimento, a exemplo do da astronomia (citado acima) e do da saúde.
II PARTE
Hoje em dia, qualquer informação midiática passa a ser suspeita de ter sido elaborada — total ou parcialmente - pela IA! Dos podcasts aos jornais diários (sejam impressos, televisivos ou radiodifusão), o uso da IA está disseminado na elaboração de pautas e matérias jornalísticas, embora nem sempre sejam emitidos os devidos alertas, o que confunde o consumidor leigo ou desatento.
O avanço exponencial das ferramentas populares de IA generativa corresponde a uma revolução no modo como a informação é processada e distribuída. A capacidade de os algoritmos processarem vastos volumes de dados e de gerarem narrativas fluidas e comentários aparentemente perspicazes sobre eventos em tempo real seduz veículos de comunicação e o público com a promessa de cobertura instantânea e exaustiva. No entanto, esta conveniência esconde uma profunda caixa de Pandora de perigos e enganos, ameaçando a própria fundação da verdade factual, da confiança pública e da relevância do discernimento humano. A migração da narrativa e da análise de eventos para sistemas algorítmicos seria mais do que uma mudança de ferramenta, constituindo uma reconfiguração arriscada da nossa relação com a realidade e com a História.
O perigo mais imediato e traiçoeiro, e que tem sido rotineiramente noticiado nos meios de comunicação de massa, residiria na “plausibilidade da fabricação" - à primeira vista possíveis acertos informacionais da IA, e que depois, quando revisados, não se confirmam - e no fenômeno da "alucinação", como tem sido nomeados os erros toscos aleatoriamente imputados pela IA, como se fossem intencionados. Os Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLM[11]), que constituem a espinha dorsal destas ferramentas, são otimizados para coerência e verossimilhança estatística, e não para a fidelidade factual. Por exemplo, quando os LLM são solicitados a narrar determinado evento, eles podem preencher lacunas de conhecimento ou pontos de dados de maneira logicamente aceitável, mas incorreta no que respeita à realidade.
(treinada a partir de “zilhões” de dados — registros, informações, etc. —, a IA aprende as regras de sintaxe, concordâncias, que a determinadas palavras há a probabilidade de x% de seguirem tais e quais, etc. Todavia, tudo o que envolve estatística e probabilidades está sujeito a erros: por maior que seja a chance (a probabilidade), ela não corresponde à certeza absoluta, daí as expressões já habituais: nível de confiança e margem de erro. E é nessas lacunas, as das incertezas, que a IA insere, de modo estocástico, informações indevidas — uma palavra, uma vírgula, etc. — que podem alterar por completo a mensagem original — por isso a referência à alucinação. Agravam o problema: as traduções, sobretudo se mediadas por um terceiro idioma, o trato de subjetividades, de princípios e juízos de valores, manifestações de afeto, de emoções, de humor, o uso de expressões idiomáticas, da linguagem simbólica, figurada, etc.)
Esta geração de fatos inventados (hallucinations) é particularmente perigosa no contexto da cobertura de eventos, sejam eles crises políticas, desastres naturais ou resultados esportivos. A IA não "sabe" que está mentindo; ela simplesmente completa um padrão linguístico. O resultado por vezes é a rápida disseminação de reportagens e informes que, embora possam parecer no mais das vezes gramaticalmente impecáveis e com um tom (enganoso) de autoridade inquestionável, são baseados em dados falsos. Este engano é mais sutil do que a desinformação humana grosseira, pois a fonte é uma máquina “desinteressada” (e inteligente), o que confere à mentira uma aura de objetividade e inevitabilidade tecnológica. A velocidade com que esta narrativa falaz se propaga através de canais automatizados (chatbots) pode tornar a correção manual praticamente impossível, saturando o ecossistema informativo com um substrato de falsidade de difícil rastreamento.
Adicionalmente, surge o que os especialistas denominam “questão da opacidade e da amplificação do viés”. Ora, se os modelos de IA são treinados em datasets históricos, é natural que carreguem e espelhem as tendências em geral, os vieses, os preconceitos, os desequilíbrios e mesmo as lutas pelo poder no curso da sociedade humana - tudo, deliberadamente ou não, registrado nos documentos-fonte. Ao narrar ou comentar eventos, a IA não relata a realidade (atual) de forma neutra, mas efetivamente “re-apresenta” os padrões (estatísticos) aprendidos, que podem então contribuir para perpetuar e amplificar as narrativas ‘brancas’, machistas, eurocêntricas, sexistas ou politicamente tendenciosas. Em outros termos, as IAs trabalham com pré-conceitos que, por vezes, são preconceituosos. Eventos complexos, dos movimentos sociais aos conflitos internacionais, requerem análises matizadas, contextualizadas à luz dos valores e padrões éticos contemporâneos. Uma ferramenta de IA, incapaz de julgamento moral ou de empatia, pode, inconscientemente, favorecer uma perspectiva sobre outra, simplesmente porque essa perspectiva domina o corpus de treinamento. Aqui o engano reside na falsa promessa de imparcialidade algorítmica. O público é levado a crer que está recebendo uma análise objetiva e isenta quando, na verdade, está consumindo uma composição enviesada da história da internet. Além disso, a natureza de "caixa preta" destes modelos torna quase impossível auditar por que uma determinada interpretação ou tom foi adotado, minando a transparência e a capacidade de responsabilização editorial, o que equivale a dizer que a IA, sob o verniz da neutralidade técnica, pode encobrir e vir a ser (mais um) instrumento nos jogos de poder, seja este político, econômico ou outro. Harari (2024), em “Nexus”, esclarece, exemplifica e alerta sobre a “questão da opacidade e da amplificação do viés”.
Um terceiro perigo fundamental reside no que vários estudiosos, em diversos campos, têm identificado como um tipo de “erosão da experiência e do contexto humano". A narrativa de eventos não se esgota apenas em reportar "o quê" e "quando", mas de contextualizar o "porquê" e o "como" com base em experiência vivida, empatia e conhecimento cultural aprofundado. Um comentário gerado por IA sobre uma tragédia, por exemplo, pode acertar nas estatísticas e na cronologia, mas será fundamentalmente desprovido de páthos[12], julgamento ético e da nuance que apenas um repórter ou analista humano, imerso no contexto, pode fornecer. Ao delegar a análise a máquinas, corre-se o risco de reduzir a complexidade dos acontecimentos humanos a meros exercícios de processamento de dados. Esta dessensibilização e desumanização da cobertura noticiosa podem ter consequências profundas, como a banalização da violência ou a simplificação reducionista de problemas sociais que exigem soluções políticas e morais complexas, e não apenas sumários algorítmicos. O engano sutil é que a notória “fluência linguística” da IA é confundida com profundidade de insight[13], de compreensão. A máquina pode imitar a sintaxe da sabedoria, mas não possui a substância da adequada interpretação de diferentes e datados horizontes, como pode um humano realizar.
Finalmente, a crescente dependência de IA na narração de eventos pode levar a uma crise de confiança e responsabilidade. No cenário atual, quando um erro factual ou um comentário inapropriado é publicado por um jornalista ou veículo, existe uma cadeia de responsabilidade clara: o repórter, o editor e a organização de notícias. Com as ferramentas de IA, essa cadeia se torna difusa. Quem é o responsável quando um algoritmo, operando de acordo com instruções complexas, gera uma narrativa prejudicial ou difamatória? O desenvolvedor, o operador ou o modelo em si? A ausência de um ponto claro de responsabilidade final pode ameaçar a confiança do público na fonte da informação. Se o público começar a duvidar de que qualquer peça de notícia ou comentário é fruto de um trabalho de verificação e discernimento humano, a própria noção de um corpo de fatos acordado — essencial para a democracia e para o debate cívico — entra em colapso. O engano final é que o público não conseguiria mais diferenciar a diferença entre a voz de um ser humano com convicções e erros e a saída calculada de uma máquina. Para proteger a integridade do discurso público e a capacidade de compreender a realidade, é imperativo que o uso da IA na narração de eventos seja abordado com extrema cautela, transparência rigorosa e a manutenção indispensável do discernimento e da supervisão humanos.
Estes exemplos de uso acrítico da IA pelos maçons são particularmente perigosos no sentido de, inadvertidamente, estabelecer um autoengano para o usuário que pensa estar refletindo sobre os ensinamentos simbólicos, mas que no fundo está meramente satisfazendo um critério “pedagógico-algorítmico”, sem a adequada reflexão sobre o ensinamento proposto. Por pressão da falta de tempo e outras exigências necessárias para progredir na Ordem, o usuário pode ser facilmente tentado a valer-se dessa ferramenta para acelerar a manufatura de trabalhos e relatórios. Com a progressão da capacidade dessas máquinas de IAs, poderemos um dia ampliar também o uso das mesmas para identificar o incipiente uso de inteligência artificial na manufatura de trabalhos, o que vai seguramente deixar um ambiente interessante para aquilatar a progressão entre os graus…
À guisa de complementação, mas também para enfatizar a amplitude das preocupações no entorno do tema, seguem-se os pontos-chaves da Nota da SS o Papa Francisco (Antiqua et Nova, 2025) destacados pela CNBB[14]: 1) perigos e progressos; 2) distinguir entre IA e inteligência humana; 3) poder nas mãos de poucos; 4) guerra; 5) relações humanas; 6) economia e trabalho; 7) saúde; 8) educação; 9) fake news e deepfake; 10) privacidade e controle; 11) casa comum — planeta Terra; e, 12) o relacionamento com Deus.
Nem todas as Potências ou Lojas possuem implantados sistemas organizados de auxílio aos estudos da simbologia maçônica[15]. Habitualmente as lições maçônicas são (por vezes mal) lidas em sessões conforme o grau e pouco se faz na oportunidade - a não ser alguns comentários das Luzes ou outro Irmão -, no sentido de ampliar as primeiras percepções sobre a lição dada. Um programa interessante seria a adoção de mentoria ou efetivo acompanhamento pelo padrinho, em especial nos graus iniciais, para prover uma base segura de aprendizado e desenvolvimento na pedagogia maçônica. Por ser uma Escola iniciática, toda uma nova maneira de pensar deve ser desenvolvida - o que não se encontra nos bancos escolares profanos. Os registros de instruções ritualísticas dadas e dos trabalhos entregues em cada grau seguramente não contêm comentários e registros apropriados do progresso do maçom, o que demonstra a existência de perigosas lacunas na aplicação da pedagogia atual.
Por tudo o que já foi dito, é fácil perceber que são (serão) grandes as dificuldades para o uso adequado das IA no contexto da Ordem. A dificuldade mais imediata surge quando se depara com a necessidade de ler e interpretar símbolos e alegorias: primeiro, porque estas (a leitura e a interpretação) ocorrem em diferentes níveis de análise (Pinheiro, 2023); segundo, porque as interpretações variam internamente, entre os Ritos (Pinheiro e Piva, 2025; 2024). A maior dificuldade, não custa lembrar e chamar a atenção, reside na base de dados, pois não tem sido hábito, na comunidade, fazer essas distinções - a Maçonaria, de regra, é tratada como se fosse um corpo unitário e homogêneo. Aos pesquisadores não custa lembrar: garbage in, garbage out.
De outro lado, isto representa um desafio para os maçons em geral, notadamente para os integrantes das Lojas de Estudos e Pesquisas, os das Academias de Letras e também para os administradores das Potências. Quantas lacunas ou divergências existentes (ou mesmo mal-entendidos) na historicidade da Ordem que, passadas em revista pelas IAs, poderiam dar origem a projetos esclarecedores? Imagine-se se as Potências orientassem as Lojas das suas respectivas jurisdições para que todos os trabalhos (distinguidos por Grau, tipo, Rito, Loja, etc.) fossem depositados no mesmo repositório ... o quão útil poderia ser como orientador dos programas docentes?! O mesmo poderia ser solicitado em relação às suas práticas sindicantes e de gestão. Essas informações, classificadas, tabuladas, cruzadas e combinadas a outras tantas, poderiam levar a Ordem a um duplo salto: quanti-qualitativo em face de diversos aspectos relacionados à sua Missão institucional. Todavia, sem prejuízo das demais fontes, a julgar pelos antecedentes, as administrações têm feito ouvidos moucos às sugestões de diversos autores reiteradas a partir dos principais blogs de circulação nacional no Brasil: Bibliot3ca Fernando Pessoa (https://bibliot3ca.com/), Freemason (https://www.freemason.pt/) e Maçonaria com Excelência (https://www.maconariacomexcelencia.com/).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que não se perca o rumo: este texto encerra as considerações críticas acerca da IA no contexto do estudo “A Inteligência Artificial e a Literatura como Instrumentos de Trabalho do Maçom Contemporâneo” conduzido pelos autores. Na primeira parte foram destacadas as contribuições analíticas proporcionadas pelo experimento-teste a que foram submetidas 3 (três) IAs: embora demasiado simples, o exercício não só efetivamente possibilitou extrair importantes lições e ensinamentos acerca das IAs como confirmou aspectos também salientados em outros trabalhos. Já na segunda parte, embora sintética, as apreciações foram mais amplas e sem preocupação com a identificação das fontes, pois o texto procurou reunir os tópicos mais frequentemente abordados na grande imprensa em geral e em podcasts mais especializados. Todavia, sugere-se, para aqueles que desejam se aprofundar na matéria, a leitura do texto introdutório de Mueller e Massaron (2020) e de 3 (três) pesquisas recentes: a conduzida pela The Royal Society (2024), a pelo Google Cloud (2025) e, finalmente, a da EBU/BBC (2025).
No próximo número desta Série, a ser publicado em janeiro/2026, as considerações complementares terão como foco a Literatura (combinada à IA) como instrumento de trabalho do maçom contemporâneo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACEMOGLU, Daron; JOHNSON, Simon. Poder e Progresso – uma luta de mil anos entre a tecnologia e a prosperidade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2024. ISBN 978-85-390-0783-7.
ANTIQUA ET NOVA. Sobre a relação entre inteligência artificial e inteligência humana. Vaticano: Santa Sé, 2025. Disponível em: https://www.cnbb.org.br/vaticano-publica-nota-antiqua-et-nova-sobre-a-inteligencia-artificial-para-quem-e-chamado-a-educar-e-transmitir-a-fe/. Acesso em: 25.11.25.
DUTRA, Lucas V.; PINHEIRO, Ivan A. A Inteligência Artificial (IA) e a Literatura como Instrumentos de Trabalho do Maçom Contemporâneo – I. Maçonaria com Excelência. 12 nov. 2025a. Disponível em: https://www.maconariacomexcelencia.com/post/a-inteligencia-artificial-e-a-literatura-como-instrumentos-de-trabalho-do-macom-contemporaneo-i. Acesso em: 16.11.2025.
DUTRA, Lucas V.; PINHEIRO, Ivan A. A Inteligência Artificial (IA) e a Literatura como Instrumentos de Trabalho do Maçom Contemporâneo – II. Bibliot3ca Fernando Pessoa. 15 nov. 2025b. Disponível em: https://bibliot3ca.com/a-inteligencia-artificial-e-a-literatura-como-instrumentos-de-trabalho-do-macom-contemporaneo-ii/. Acesso: em 16.11.2025.
DUTRA, Lucas V.; PINHEIRO, Ivan A. A Inteligência Artificial (IA) e a Literatura como Instrumentos de Trabalho do Maçom Contemporâneo - III. Bibliot3ca Fernando Pessoa. 17 nov. 2025c. Disponível em: https://bibliot3ca.com/a-inteligencia-artificial-e-a-literatura-como-instrumentos-de-trabalho-do-macom-contemporaneo-iii/ e também em Maçonaria com Excelência: https://www.maconariacomexcelencia.com/post/a-inteligencia-artificial-e-a-literatura-como-instrumentos-de-trabalho-do-macom-contemporaneo-iii. Acesso em: 17.11.2025.
DUTRA, Lucas V.; PINHEIRO, Ivan A. A Inteligência Artificial (IA) e a Literatura como Instrumentos de Trabalho do Maçom Contemporâneo - IV. Bibliot3ca Fernando Pessoa. 19 nov. 2025d. Disponível em https://bibliot3ca.com/a-inteligencia-artificial-e-a-literatura-como-instrumentos-de-trabalho-do-macom-contemporaneo-iv/ e também em Maçonaria com Excelência: https://www.maconariacomexcelencia.com/post/a-inteligencia-artificial-e-a-literatura-como-instrumentos-de-trabalho-do-macom-contemporaneo-iv. Acesso em: 20.11.25.
EBU/BBC. News Integrity in AI Assistants - an international PSM study. Oct. 2025. Disponível em: https://www.ebu.ch/research/open/report/news-integrity-in-ai-assistants. Acesso em: 25.11.25.
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente – a teoria das inteligências múltiplas. Reimp. Porto Alegre: Artmed, 2007. ISBN 978-85-7307-346-1.
GOOGLE CLOUD. Relatório do setor público de 2025 - Estado da infraestrutura de IA. Disponível em https://cloud.google.com/resources/content/intl/pt-br/psinfra-ptbr?hl=pt-BR. Acesso em: 25.11.25.
HARARI, Yuval N. Nexus – uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial. São Paulo: Cia. das Letras, 2024. ISBN 978-85-359-3781-7.
KAHNEMAN, Daniel. Rápido e Devagar – duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. ISBN 978-85-390-0383-9.
McFADDEN, Johnjoe. A Navalha de Ockham – o princípio filosófico que libertou a ciência e ajudou a explicar o universo. Rio de Janeiro: Sextante, 2022. ISBN 978-65-5564-426-5.
MUELLER, John P.; MASSARON, Luca. Inteligência Artificial – para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020. ISBN 978-85-508-0850-5.
PINHEIRO, Ivan A. Modelo Geral de Análise & Interpretação Simbólica (MGA&IS). Bibliot3ca Fernando Pessoa. 16 jul. 2023. Disponível em: https://bibliot3ca.com/15764-2/. Acesso em: 25.11.25.
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PINHEIRO, Ivan A.; DUTRA, Lucas V.; FILARDO, José. O Repto da Modernização e a Arte Real. In: AMVBL – Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras (Org.). Os Desafios da Maçonaria na Contemporaneidade – tecnologia, olhares e impactos na sociedade. Brasília, DF: Independently Published, 2025, p. 55-81.
PINHEIRO, Ivan A., PIVA, Marco. Cadernos de Estudos (XI): uma abordagem quanti-qualitativa à questão do cristianismo no Regime (Rito) Escocês Rectificado x Rito Moderno. Freemason. 15 jan. 2025. Disponível em: https://www.freemason.pt/cadernos-de-estudos-xi-o-rito-escoces-rectificado/. Acesso em 21 abr. 2025.
PINHEIRO, Ivan A.; PIVA, Marco A. Modelo Geral de Análise e Interpretação Simbólica (MGA&IS) – um estudo aplicado e comparado: Rito Escocês Retificado x Rito Moderno. Bibliot3ca Fernando Pessoa. 21 nov. 2024. Disponível em: https://bibliot3ca.com/modelo-geral-de-analise-e-interpretacao-simbolica-mgais/. Acesso em: 25.11.25.
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. ISBN 85-7307-657-7.
THE ROYAL SOCIETY. Science in the age of AI - how artificial intelligence is changing the nature and method of scientific research. Issued: October 2024 DES8836_5. ISBN: 978-1-78252-712-1. Também disponível em https://royalsociety.org/news-resources/projects/science-in-the-age-of-ai/.
Notas de Rodapé
[1] Mestre Maçom do Quadro da ARLS Presidente Roosevelt, 75, GLESP, Oriente de São João da Boa Vista, Psicólogo, Professor Doutor em Psicologia como Profissão e Ciência, Especializado em Maçonologia (UNINTER), e-mail: dutralucas@aol.com.
[2] Mestre Maçom, Pesquisador Independente, e-mail: ivan.pinheiro@ufrgs.br.
[3] A referência é à Maçonaria, mas os autores se expressam em caráter absolutamente pessoal.
[4] O leitor interessado poderá encontrar no YouTube inúmeros podcasts de ambos.
[5] A propósito, o conceito é polissêmico e controverso, e explorá-lo fugiria ao escopo deste texto, mas os leitores interessados poderão consultar: Sternberg (2000), Gardner (2007) e Kahneman (2012).
[6] Associação Brasileira de Normas Técnicas.
[7] Trata-se de uma utopia (ou distopia?), uma especulação teórica que esbarra nas questões ambientais (consumo energético, disponibilidade de água etc.) comentadas logo no início deste texto.
[8] Alerta: nem sempre correto, real e verdadeiro; basta lembrar, por exemplo, a existência de peças e textos ficcionais - verdadeiros, porém não reais.
[9] 3I Atlas – o terceiro objeto interestelar identificado no nosso sistema solar.
[10] Uma manifestação divina, uma nave-espiã e parte de uma frota interestelar em preparação para a invasão, entre outras no âmbito das chamadas teorias conspiratórias. A propósito, muito à semelhança do comportamento dos Antigos.
[11] Large Language Models. O leitor que desejar saber mais pode começar por https://www.hashtagtreinamentos.com/llms?conversion=base-ex-go-post-novos&gad_source=1&gad_campaignid=22810243158&gbraid=0AAAAADLlh89LNgEly3nCGujJXDvbt1Y54&gclid=Cj0KCQiAxJXJBhD_ARIsAH_JGjgZ9auL0HC1KNoQN_MalaJkHQzT7nAjHvj3ylLEYS4gDUWiVmucrSAaAv4-EALw_wcB. Acesso em 26.11.25.
[12] Tipo de experiência humana, ou sua representação em arte, que evoca dó, compaixão ou uma simpatia compassiva no espectador ou leitor: o páthos de "Os Retirantes" de Portinari. (Cf. patos.). Fonte: https://www.dicio.com.br/pathos/. Acesso em 26.11.25.
[13] Compreensão repentina de um problema, ocasionada por uma percepção mental clara e, geralmente intuitiva, dos elementos que levam a sua resolução, Iluminação; revelação ou visão inesperada e repentina de alguma coisa. Fonte: https://www.dicio.com.br/insight/. Acesso em 26.11.25.
[14] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
[15] Tem-se aqui uma nova linha de pesquisa à espera de interessados.




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